16/9/2013
Amanhã: panfletagem na Alep. Durante a semana, recepções pelo Estado. No dia 24, grande ato em Curitiba. Assembleia no dia 28
A
suspensão, de forma arbitrária, da folha complementar anunciada
pelo governo para o dia 13 de setembro (para dar início
ao pagamento de mais de R4 48 milhões de dívida aos professores e
funcionários), causou indignação nos profissionais da educação
pública da rede estadual do Paraná. A dívida é composta por
valores relativos à implementação do Piso Salarial Profissional
Nacional (PSPN) do magistério, ao pagamento de promoções e
progressões de carreira (que se acumulam há mais de um ano, tanto
para professores e funcionários de escolas).
O não pagamento destes
passivos fere frontalmente diversas leis. Se o governo alega que não
pode desrespeitar uma legislação específica (a LRF), em
contraponto desrespeita uma lei federal: a do Piso Salarial
Profissional Nacional (Lei nº 11.738/2008); bem como a Lei
Complementar 158/2013 (que garantiu o 0,6% de reajuste ao magistério
em virtude do PSPN) e as leis estaduais que normatizam o Plano de
Carreira dos professores (Lei Complementar nº 103/2004) e dos
funcionários das escolas públicas (Lei Complementar nº 123/2008 e
Lei Complementar nº 156/2013).
Negociação 30 de
agosto - Além
do desrespeito à legislação, o governo do Paraná descumpriu
frontalmente o acordo realizado com a categoria durante as
manifestações realizadas pelos educadores no último dia 30 de
agosto, quando mais de 10 mil professores e funcionários marcharam
pelas ruas de Curitiba em direção ao Palácio Iguaçu. Ainda no dia
30, o governo anunciou para a categoria e para toda a imprensa o
início do pagamento da dívida em uma folha complementar para o dia
13 de setembro.
Estranhamente, no
primeiro dia útil após o anúncio, o próprio governo publica uma
Resolução suspendendo todos os pagamentos de pendências salariais
ao funcionalismo público. Queremos saber o que fez o governo mudar
sua posição do dia para a noite! O
governador, ao autorizar a negociação com a categoria, não sabia
do quadro financeiro do Estado? Se
sabia, o governo agiu não só com desrespeito, mas também com
má-fé.
Ações da categoria
e mobilização - Diante
deste quadro, a direção da APP-Sindicato convoca, para o próximo
dia 28 de setembro, uma Assembleia Estadual Extraordinária para
definir com o conjunto da categoria ações de pressão e de cobrança
ao governador Beto Richa. As possibilidades de início de greve e
acampamento em frente ao Palácio não estão descartas.
Ademais, amanhã, a
partir das 14h, a APP estará panfletando na Assembleia Legislativa.
O objetivo é sensibilizar os deputados e deputadas para a pauta da
categoria e, em especial, alertar sobre o desrespeito do Estado a uma
série de leis aprovadas pelos mesmos e que beneficiavam os
trabalhadores e trabalhadoras da Educação. A pauta também será
levada ao Tribunal de Contas do Paraná.
Campanha de recepção
(decepção) ao governador – Já
nesta semana, a categoria inicia uma campanha de recepção ao
governador em todas as regiões do Paraná. Nas solenidades que o
governador Beto Richa comparecer, ele será recepcionado por grupos
de educadores que cobrarão o pagamento do que o governo deve para a
categoria e a educação do Paraná. No próximo dia 24, por ocasião
da realização da Conferência Estadual de Educação (Conae), em
Curitiba, professores e funcionários realizarão um ato público
contra o calote do governo.
Comissionados
– Ademais,
enquanto nega o pagamento aos educadores e educadoras, o governo do
Paraná aumentou, de acordo com levantamento feito pela bancada de
oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em 91% os
gastos com cargos em comissão. Segundo a oposição, o governo de
Beto Richa elevou, em dois anos, os gastos com comissionados em R$
8,4 milhões por mês, saltando de R$ 9,2 milhões para R$ 17,6
milhões. Foram criados, no período, 343 novos cargos, mas todos com
alta remuneração. O salário médio dos comissionados saltou de R$
2,3 mil para R$ 4,1 mil. Na época, a oposição alertou que o
aumento dos gastos levou o governo a ultrapassar os limites
estabelecidos pela LRF, atrapalhando a liberação de empréstimos
para o Estado.
Direção Estadual da
APP-Sindicato
Curitiba, 16 de setembro de 2013
Curitiba, 16 de setembro de 2013